Escreve-me, todos teus segredos, este excogitar, esses medos que te tomam a qualquer que ama, a qualquer que dar e vê, talvez eu feche os olhos, ou me prenda para não ter que tomar minha vista ao que não seja você,
Escreve-me, mais uma vez daquelas cartas tuas, daqueles ecos de palavras soltas...mudas todo o meu sobejar, e este pensar notório que transcrevo, a imagem toda tua que vejo, hoje é meu pestanejar,
Escreve-me, como o fez nos meus lábios, outra noite era chocalho de cobra a sibilar, tece toda a tinta de teu batom no meu pescoço, aviva em mim esse viço moço que outrora trouxe para me domar,
Escreve-me, mas fazei-lo como dantes todos os poetas delirantes, que buscam no mundo a alma inspirar, esta pena força toda a intenção, move-me o coração e faltam paginas para eu chorar,
Escreve-me, por derradeiro que sejas, assim tu me deixas como outros...faz-me sonhar...e eu triste em fim ei de pensar, que absorto desejo fez numa mulher todo este pejo, esta sina minha...ah!que não me leve a pecar,
Escreve-me, enquanto essa saudade passa...passa por mim teu cheiro, teus gostos e marcas, o que fez brotar um jardim, cheio de jasmim, mas nas margaridas te florí, num novelo de saudade, procuro tanto, como eu te procurei assim; para sempre minha metade.
(Cléber Seagal)
Escreve-me sempre essas belas palavras para eu poder ler e agraciar...
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