Um
andarilho cruza a noite sem demorar,
conta os
passos pela fronte, rara feito ar.
Um
andarilho olha as esquinas,
Como se
tentasse se equilibrar na mesma noite,
Que cai das
horas a madrugar.
É frio que
dista, é sereno que alardeia proteção,
Tendo medo
que sejas sempre noites,
E só
desejo, sem matéria, sem coração.
Desejo que
encontre seu pernoite,
Que não
bares, latrinas nem vícios,
Esteja
pronto como a saudade que quer se achegar.
Um, dois,
três passos...
Onde vais
caminhante sem eira nem berço?
- “vou onde
o pensamento de meu amor me levar...”
(Cléber Seagal)