Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ultimo Frêmito

Eu solícito, tão bem te tocava
Meus delírios de amante arfavam
Um pouco mais de colo teu do que não mais seriam
São olhares tortos do que se foram,

Receosos do que pra sempre não mais serão
O dia fez se noite na minha vida
A noite fez-se de tortura fria
O meu pior pesadelo esta aqui no silencio,

Nas agruras de renegado amor
Do brilho embaçado que tentei das estrelas enxergar
E que no meu furor tentei entrever tolo de usos
Irrefutável triste destino do nunca mais,

Sinto-me um despojado, um imundo
As palavras já se foram com quem amei
Eu teimei de me ver doutros cantos
Mas só achei em mim tantos pesares,

Nem cheiros de carvalhais
Nem prosa alguma; que alegrias acharei em mim
Que desponta a um dia após o outro
Morto estarei para todo o mundo.
(Cléber Seagal)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Triste Setembro

Liguei o passado dela das fotos aos olhos que agora notava no presente, e nela me vi apaixonado, tão entregue e intimo que já me embriagara por vezes dela, e choro.

O mestre Pessoa que o diga, contudo, não o culpo, culpo a mim mesmo, pois queria permear das incertezas heterogêneas que vagueiam do comum humano de ser, sim, de muitos dentro de si, sem ter que por si só morrer de amor por uma única mulher.

Contudo, é do penar sóbrio que eu vejo infinda meu proceder; do perto que poderia estar ao lado, do estar sem pensar, e ver sem se conter e não o dizer, e pago tudo com esta desilusão do querer a quem se bem querer. 

Eu deveria saber que me apaixono todos os dias; de tudo que está em volta dela, e por vários dias me encanto com a pedra no canto tão sozinha como eu, do coração na árvore que estava escrito: meu, e nada mais seria sem tanto a bem dizer, mas que se implore.

A vi passar entre o tempo, de desconcerto e sentimento, nada que se entregue de alvoroço feito lua ao entardecer, mas a quero além do contento, e meu ver é notório de sentir, minto quando digo que não sofri ao vê-la noutro enamorar, embora disto seja o meu viver; de sofrer de dia feito sol diurno a quarar.

É retrato tardio de inverno, triste frio, vago vazio, e dos incertos permeia a tristeza, quando da janela ao molhar nos olhos aprazíveis que visto, e a chuva é prematura lagrimada, sôfrego ceder; és meu colírio, marcando tempestades pra te viver.

(Cléber Seagal, 18/09/2009)

Terminus Est

Soa o sino na igreja íngreme
Move alto pedestal glorio de cruz
Mas falece mínimo e geme                
É veloz que me morde o reluz,

Este choro oprime derradeiro
Em alma que de conluio abotoou
Estás aqui pela morte creio
Vem do peito e me descolou,

De padecer a carne do vivente
Que a vida uma vez me sustente
Feito a foz lívida da tarde
Até dos amanheceres alarde,

Venha o poer de triste mansidão
São sombrios os destinos do forte
Cansaço da vida é minha morte
Sombras ao solo, mundo escuridão.
(Cléber Seagal)