Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Prisão Sem Muros

...Chorava em cada canto uma saudade...triste e então sozinho, estava vazio,
nas lembranças que eu tinha, que menino eu era, indefeso;
passava a maior parte do tempo em um estado profundo de alucinação,
que só rostos passados curavam,

A cada dia como a cada ano logo que notava, nossa! o tempo não para,
buscava razões para a vida na criança que nasceu, no velho que morreu,
no sol que desponta ao horizonte...tua face...

onde você está quando por ti penso? e lendo estas linhas de apreço
estou no teu ser, remindo tristes e orfaõs pensares, que falta e que tantos milhares
vou ter que espizinhar pra te merecer,

Esta febre há de passar? se na noite vejo  mais razões...
quando as estrelas vivem e morrem,
parecem tantas de brilho raro.

(Cléber Seagal)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Impressões de um Cotidiano Triste

Ele sobe o morro altaneiro
Despojado é seu costume
Toda a rua é seu travesseiro
O ar consigo quase assume

Esta tristeza que ninguém conhece
Os amores de outrora o esvai
Sua vida aos poucos envelhece
Mal olham nem lhes atrai

As mulheres não o rogam coisa alguma
A paz que sobejem qualquer desejo
Não há quem lhe queira suma
A riqueza já foi este brejo

Todo o norte de magoas castigadas
Vociferando tomando-lhe da vida
É soberba do infeliz praguejadas
Mácula ardente e diuturna ferida

De andar sempre pelo amanhã
Não há retribuição na vivencia
Que pena faz não ter afã
Onde foi toda a sapiência?

Pés na calçada de alvenaria
A fome bate a porta de ensejo
Dos homens que acreditam da carestia
Rezo que serás livre de lampejo

É lagrima constante; é caída
Vi-o outros dias dum agosto
O que serás feito; onde há saída?
Tomara ter em si um gosto

Desses que se arruma a sobreviver
Por necessidade enfrenta tudo
Daí sim o que quiser merecer
Não se liga tanto ao mal, faz-se de mudo

No passado pensa-se futuros
Levanta tua cabeça e almeja o sol
Tua vida não é de muros
Faz do teu caminhar este farol.


Uma aurora de coisas pra se bem dizer.
De pedinte a ermitão
O velho enfrenta o viver
Por qualquer que seja o tostão

E só há uma festa na pobreza da riqueza
E meu amigo andarilho reparou bem
Pobres de espírito e sem esperteza
Quem dera o homem viver sem.

 (Cléber Seagal)