Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Noite do Angustiado

Não sei o que faço, já passaram por mim vários destes senhores que vigiam da noite,
Dos limpadores que acordam, porquanto a cidade deita, e ajeita mais um dia de faina,
Segue-me suburbano um cão, e este é meu companheiro de angustias,
Enquanto a felicidade não me sorrir, e nem o céu pôde me abrir,

Não me bastando a treva, seguem-se as lagrimas,
Ainda que ultimas falhas, de andar a rua a meio e todo o desterro de almas que alariam
Tomam-me a arrepios, e o pingo de gota que desce da calha, clama o que dissolve,
Inunda toda a calçada, e a praça toma-se de gralhas que assombram,

E não é mais a penumbra que come, nem a solidão que descolore,
É o peso desconcerto desta madrugada insone, é meu pisar que dorme,
Enquanto todo o resto caminha, não há um ser vivente que teime da noite,
Tudo são labirintos, e a demora faz-me irromper do relógio, do monologo meu,

Aresta fria que assume quem sou eu, e saltimbanco de arrimo desmontou o tempo,
Minha piada feita de brinquedos põe-me a prova nas muralhas e cinzeiros,
São vícios, pronto estreito, e a fumaça se esvai nas passadas do homem que ainda fala,
E da boca de um senhor que já foi escrachada, ideia saboreada na palavra de um bêbado.

Corre noite, corre o luzeiro, e aqueles que dormem combalidos não sabem da metade,
Da tristeza que invade as almas de um trigueiro, e mesmo sabendo que me sejam,
Não o provam além do desejo, e minha alma corta a luz da lua, meu mundo estreito,
Eis-me noite, para outros talvez firula, Soa quase um cume de afago desespero,

(Cléber Seagal)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Peleja no Sertão


Os pássaros enegrecidos voam
De angustiados povoam
Imemoráveis dos atos
Listo de quem vê fatos,

Os anus pulavam a larga
Em plantas de verde acácia
Abrem o céu límpido formoso
Que desce ao ar cabuloso,

Tomam-me e desfazem plagas
Destas denegridas falhas
Diferentes ideias afrontam
Enquanto de revoar destoam,

Gotas tempestivas iniciam
E as vistas dos seres propiciam
Toda fragilidade que cai d’água
Que assente triste na magoa,

Ouço ao inverno na escuridão
As crianças correm na aluvião
E dos mais velhos se entendem
A maturidade ressecada os comem,

O riacho estende-se muito
Não são mais lamas cuido
Tremem os galhos na alvorada
E toda forma de vida jaz morada,

Tantas esperanças se pediu
De um inverno que assumiu
A finda dor dos tempos demorado
Anseios do relógio dependurado,

Haja vista o horizonte
Vendo ainda o sol a fronte
Chuvas caídas se vão
Com o astro entre sim e não.

(Cléber Seagal)