Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

sábado, 5 de outubro de 2013

(Des) Encanto



Pensamentos impetrados de ilusões,
Imaginação febril,
Torpor vazio,
Cova rasa,
Paixões...
Obstante corpanzil,
No cume dos prazeres o peito acelera tamborilado,
Sentires de alucinações,
Meias palavras,
Meias vidas,
Meio amor...
Tudo some descortinado,
O beijo bem dado,
O revoar dos cabelos,
Beleza alheia,
Sentimentos de areia;
No tempo um frio armado,
Sem assimilações,
Dores reprimidas,
Sensibilidade de esquálidas caídas,
E a idade chega de certezas,
Feito dias de feira,
Uma oferta negada pelo desgasto.

(Cléber Seagal)

Teatro das Existências



Temos medo, e a palavra causa rubrica; sorrisos fartos no dia, choro na borda da cama, e cada dia como se fosse o ultimo, e o ultimo como se fosse o mesmo.

Certas bondades se extraviam sobre os meios, morais e éticas se esvoaçam, tentando encontrar um senso entre bondade e favor, me intriguei na ânsia.

Nos acidentamos na vida, prazer de uns, desagrado de outros, inconstância. tudo se torna difícil de dizer a altura do que nos tornamos, se o meio nos contorna; tudo é nada.

Difícil tatear o farol no oceano, a brisa célere numa noite que não dorme, a bebida que se extravasa no paladar constante, no tempo que permanece extenue, resumo de vida vacilante.

Uma hora dessas descubro que tudo já se extinguiu; o que eu disse do mundo, palavra borrada, dogmas transversais, a matéria do bruto. Um recolhimento disforme ao chegar-se tarde.

Olho homens perdidos, textos construídos e opiniões de muralhas. Um Salvador de constructo humanos, o tempo é tudo, mas no fim espírito nulo, em óbito que me chegue, cronópio do teatro das existências.

(Cléber Seagal)