Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Confissões e Tergiversões I


Uma vez olhando a caneta sob cadernos em branco me distraí, enquanto tudo o que eu verosimilhava eram artefatos de meus pensamentos passados, argui-me de tanta pompa ao mesmo tempo que sentia o que não mais tocava.

Uma poeira caída na ampulheta, fiquei na constatação do que seriam angustias ou amarguras... sentimentos sobre-humanos de certo, mas o que divisar? Entre a duvida do que é constante ou do que nada mais é, eu me perdi como quem olha uma nuvem ao passar que se desfaz.

Sobre todas as coisas que passam na memoria se notam angustias... sobre o que enlevam o ser humano, lógicas notórias do que é excêntrico e o simples se desfocam, mas nos iludimos no que vemos, o real vive sob arbustos.

O horizonte é uma linha que alonga nossos pensamentos, do por que, ainda que detrás de uma linha justa-posta sob artificie imaginário, e minhas ideias se tornam refratários de minha ação. Pareço que corro de minha realidade, mas arbitrariamente minha vista é profusão.

Revejo meus signos, meus ritos tendem a ser cotidianos, por que clamo a mim mesmo como em um surto, tenho imagens de mim que as vezes me estranho, na qual no caderno não me cabem partes, e transformo as palavras na mais constante obra do sentenciado.

Talvez, eu tergiverse sonhos, talvez eu admita incômodos, mas minhas historias são meus versos, como a palavra paira sobre silogismos, a vida precisa de um olhar de imagética, de um terceiro olho, minha alma clama deveras, mas a vida não é no fim efêmera?

Eu daria uma olhar de estética sobre os escombros, entre viver e o proceder, o mundo é uma girandola, da qual sob perigos e anseios nos refazemos da leitura de nós mesmo, buscamos os avessos e o ser humano é uma auto-destruição de crenças que rarefazem o indizível.

Eu, soliloquio de mansinho limito-me a falar, sou racional, insipido de agir conforme meu meio, satisfeito como animal que rumina; admito caras, esplendidamente borradas sob uma égide de medo, não me demonstro e auscultante, nada mais precisam saber de mim para além do que eu amo.

(Cléber Seagal)

Desconformado( Ou Saudades de mim; uma criança grande)



Enobreço tudo o que sonho torto,
Outrora me escondo, num silencio de prece,
Vou ao canto num tímido de Rei Morto,
Desfaleço relendo em mim uma criança,
Que não dorme na noite, e nem se enobrece,

Tenho medo daquilo que não entendo,
E sinto vergonha daquilo que eu apenas vejo,
Por que a palavra tem sabor de esperança,
Quando pronunciada trouxe-me a aliança,
Minhas pegadas marcadas no tempo...

Naquilo que me tenho não sou o mesmo,
Tenho olhos de quem canta ao olhar,
Sinto sede que não me veem a dar,
Porque minha vida tem lembranças,
Que quando baixo a vista me vejo a chorar,

Estou plenamente sem chão sob andanças,
A procura que de dia o sol siga acirrado,
Na Luz obscurecida apenas por um piscar,
Mas na rapidez, meu sentimento foi quedar,
Eu de pé me sinto um ser prospecto mirrado,

Creio naquilo que sinto e não no palavreado,
Toco aquilo que imagino e não o que materializo,
Não deveria eu martirizar o que iludo?
Porque aquilo que me cobre hoje é tudo,
Mas algum dia saberei que serás mais um nada,

(Cléber Seagal)