Uma vez olhando a caneta
sob cadernos em branco me distraí, enquanto tudo o que eu
verosimilhava eram artefatos de meus pensamentos passados, argui-me
de tanta pompa ao mesmo tempo que sentia o que não mais tocava.
Uma poeira caída na
ampulheta, fiquei na constatação do que seriam angustias ou
amarguras... sentimentos sobre-humanos de certo, mas o que divisar?
Entre a duvida do que é constante ou do que nada mais é, eu me
perdi como quem olha uma nuvem ao passar que se desfaz.
Sobre todas as coisas que
passam na memoria se notam angustias... sobre o que enlevam o ser
humano, lógicas notórias do que é excêntrico e o simples se
desfocam, mas nos iludimos no que vemos, o real vive sob arbustos.
O horizonte é uma linha
que alonga nossos pensamentos, do por que, ainda que detrás de uma
linha justa-posta sob artificie imaginário, e minhas ideias se
tornam refratários de minha ação. Pareço que corro de minha
realidade, mas arbitrariamente minha vista é profusão.
Revejo meus signos, meus
ritos tendem a ser cotidianos, por que clamo a mim mesmo como em um
surto, tenho imagens de mim que as vezes me estranho, na qual no
caderno não me cabem partes, e transformo as palavras na mais
constante obra do sentenciado.
Talvez, eu tergiverse
sonhos, talvez eu admita incômodos, mas minhas historias são meus
versos, como a palavra paira sobre silogismos, a vida precisa de um
olhar de imagética, de um terceiro olho, minha alma clama deveras,
mas a vida não é no fim efêmera?
Eu daria uma olhar de
estética sobre os escombros, entre viver e o proceder, o mundo é
uma girandola, da qual sob perigos e anseios nos refazemos da leitura
de nós mesmo, buscamos os avessos e o ser humano é uma
auto-destruição de crenças que rarefazem o indizível.
Eu, soliloquio de
mansinho limito-me a falar, sou racional, insipido de agir conforme
meu meio, satisfeito como animal que rumina; admito caras,
esplendidamente borradas sob uma égide de medo, não me demonstro e
auscultante, nada mais precisam saber de mim para além do que eu
amo.
(Cléber Seagal)
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