Deitado
a areia em pleno sol, alvissareiro como o mel,
Era
por de agrado sentir aquilo,
Aurora
veemente que muito me animava,
E
dava razões para qualquer mortal viver...
Ao
tempo que via o sol nascer rente das montanhas,
Espairecer
meus cânticos, sente-se que ao crescer,
A
vida se torna resguardo de eternas saudades...
Cairia
eu sob tigelas de estranhos e devassos,
Mas
morreria de amores por ti,
Meu
celibato, minhas vistas sãs; tudo formoso,
Uma
epifania desnuda dum Dedalus reluzente,
Que
em ícaro lamentou-se ao sol; Não tocar,
Vejo
águas, correntes de mar, e meu sopro urgente,
Ainda
vejo a terra chorar torrentes de lagrimas,
Vindas
de nuvens que passeiam destemperadas,
No
entanto me banho em tuas nascentes como nunca,
Da
terra que me toca o coração, me fazendo voar;
Perante
os pardais que assentem ao cercado,
Desfruto
junto aos deuses criadores de minha mãe,
Esta
que me acalenta aos abraços; trêmulos,
De
tantas injurias; humanas, consumindo...
Recaem
seus cachos mais belos e duradouros,
Derrubam-no
com laminas tristes; choradas,
Inclinadas,
de que tanto cortam extenue,
Quando
menos queimam sob o fogo,
Jazidas
de seus interiores mais intrépidos tremem;
Explodem
inaceitáveis, tudo finda natureza,
Como
bem se queira recebê-la, instável,
Pois
que eu queria chorar ao ver aquela cena,
Mas
me faltaram palavras para expressar,
E
o meu triste sentimento a se constatar debruçado,
Num
arcabouço ao relento, homem, pedra, cimento,
Necessito
eu da carne, entre ossos, entre almas,
entre
mentes, sentir-se humano e abraçar a causa,
Sabendo-se
tanto que ao que sai do coração de minha mãe,
Foge
a alma dos homens,
Nasci
nisto, num misto de alegria de Gaia e revolta urbana,
Morrerei
num eterno supor, sabendo que vou chorar,
Na
tristeza de ficar, sei que ainda posso me alegrar;
Olhando
este vasto natural do infinito,
De
que todos caem aos seus pés de tão bela;
A
folha de outono, o fruto da primavera,
Meus
joelhos caem, como minhas lágrimas,
Derreadas
sobre meu constante pensamento,
Rendendo-me
ao sabor dos ventos matutinos,
Se
penso em perdê-la, inadmito,
Tua
lua e o teu sol são olhos que ao perceber,
Sinto
que tuas magoas parecem agora uma rotina,
Inspirada,
transcendentalizada por mim,
Nas
minhas inspirações que por ti interpreto,
A
minha alegria é poesia,
Na
tristeza obstante deu estar perto de ti,
E
tu que nasceste em todos os lugares,
Do
nascente ao poente,
que
pinta ao mar em tons azuis matinais,
E
vermelhos tardios,
Com
desejos me salva do destino mais cruel,
Que
é viver sem o teu teto de estrelas,
Rege
portanto meus sonhos,
E
deságua em mim tua beleza mais profunda.
(Cléber
Seagal)
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