Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

domingo, 19 de janeiro de 2014

Imagem Feita


No meu desassossego,
Interno de quem é ego,
Passageiro,
Era meu medo,
Cântaro de enredo,
Derradeiro,
Fui aportar nela,
Moça linda, singela,
Fui me procurar,
E de tantos desencontros,
Ida e vinda, noutros,
Me achei em mar.

Meus pés tão cansados,
Mas em teus braços,
Acolhimentos,
Como um beija-flor,
Que destoou em mil,
Batimentos,
Em gracejos que rondam,
De olhares que tomam,
E meu peito vive,
Dançando sonhado,
No compasso alado,
Minha razão declive.

Não sei se é tanto,
Não sei se é encanto,
Que perdure,
Mas te gosto santa,
Do que sinto canta,
Me cure.

(Cléber Seagal)

Pensamento das Eras



Tenho ouvido estereótipos,
Daqueles que se conjuram pelas esquinas,
Parecem mirar o meu contexto,
E o cabresto é visto em mim por eras,
Me ensina,
É desnecessário sonhar a pressas...?
Se a vida me descontrai da sorte,
Impessoalidade de um Hercules,
Que se quer ser um deus sendo indulgente,
Meio assim, incompleto,
Meio tudo incerto de cortes,
Que sob um extravio de consciência me solavancam inquietação,
E eu não deveria ser intelecto sem exatidão,
Ser minha mácula profunda de profanar,
Onde o mundo é um santuário de excelsos e dores de razão,
Sem um nexo de latência, inexisto para o respirar,
E mesmo um arfar que sobe ao peito,
Simulacro dum estrado dos mais baixos; da inexistência,
Tempos frios em que soberbo minha dor na flor do campo,
E gracejo o medo no canto,
Que já indolor advirto,
Meus pensamentos sobre uma idéia que a vida martela,
Se não a morte divirto;
Sem amor;
Sem calor,
Sem sabor;
Sem dúvida.

(Cléber Seagal)