Enobreço tudo o que sonho torto,
Outrora me escondo, num silencio de prece,
Vou ao canto num tímido de Rei Morto,
Desfaleço relendo em mim uma criança,
Que não dorme na noite, e nem se enobrece,
Tenho medo daquilo que não entendo,
E sinto vergonha daquilo que eu apenas vejo,
Por que a palavra tem sabor de esperança,
Quando pronunciada trouxe-me a aliança,
Minhas pegadas marcadas no tempo...
Naquilo que me tenho não sou o mesmo,
Tenho olhos de quem canta ao olhar,
Sinto sede que não me veem a dar,
Porque minha vida tem lembranças,
Que quando baixo a vista me vejo a chorar,
Estou plenamente sem chão sob andanças,
A procura que de dia o sol siga acirrado,
Na Luz obscurecida apenas por um piscar,
Mas na rapidez, meu sentimento foi quedar,
Eu de pé me sinto um ser prospecto mirrado,
Creio naquilo que sinto e não no palavreado,
Toco aquilo que imagino e não o que materializo,
Não deveria eu martirizar o que iludo?
Porque aquilo que me cobre hoje é tudo,
Mas algum dia saberei que serás mais um nada,
(Cléber Seagal)
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