Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Por Você

Tentei não falar de rosas
E vi na omissão do meu ser
Esse levante que me fez horas
Daí reparei; sou teu ver,

Os ventos dominam meus falares
Estou longe de ti, dos teus mundos
Aconchegos que já me tomaram profundos
Sui generis de toda forma de ares,

Outras tantas vezes que te pensei
Suponho amar-te por isso sonhei
Minha mão agora consolo do canto
E no peito estes males de anto,

Toco-te em vão na imagem
Sufoco-me tão só na miragem
São inspirares que me faltam abrigo
Que não te tenho em matéria comigo,

Desajeitado, sátiro de minha epopeia
Pois toda a minha palavra é grito
Sempre por ti penso deste rito
Melhor consolo é tê-la em ideia,

Não fui à praia pra não me lembrar
Dos cabelos de onda feito mar
Dos castelos de areia que deitei vista
Dalém jangadas quaradas a mista,

Nas agruras do sereno a fuga
Da fértil solidão que cativo
Por que te quis, por que lascivo
Infindo rosto teu n’água da chuva,

Fui ingênuo de minha alcova
Malogrado de sentimento a prova
Como rosas vermelhas te vejo nascer
Do rente das montanhas florescer,

É teu cheiro lírio do campo
De toda voz suave encanto
Teu abraçar tudo aquenta
De acariciar a mim apascenta,

Meu corpo como por ti tomado
Sou teu escravo no transparecer
És minha base, alicerce de fortalecer
Poesia de traço, meu doce pecado.
(Cléber Seagal)









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