Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dos Pesares do EU

Quando me olham cabisbaixo
Não imaginam em mim pressagio
Que nesta dor ora me achou
Em que mau agouro estou,

Peça armada de espantalhos
Reticente que busca do sutil
Doutros cantos fútil
Estranho e confuso de borralhos,

Tento me recompor deste feito
E não me aceito deste jeito
Deste quarto de lugar algum
Eu não sou alento, nem sou lugar nenhum,

Pedra e argamassa são cinza de cimento
Trabalho, suor, e pães diários
Minhas lutas abrigam corsários
Pilares, pedras-cal, amadurecimento,

Soa a velhice de labaredas findas
Denegrida a pele de sol resvala
Nas pernas são pesos, são esquálidas
Das mãos ressequidas me é vala,

Onde estão minhas verdades
Custas de varias vidas de serventia
Não sou mais eu nem minhas dualidades
Cantares que assombram e me silencia,

Sou esta vestimenta manchada de espúrias
Meu cansaço é marca que remeto
Olho para traz e vejo fúrias
Meu pensar forço, visto o que cometo,

Todos os dias me assento
Mas este fluxo do tempo é meu intento
Dolente, inexisto das minhas capacidades
Sou cipreste, fauno das cidades,

Esta afronta não precedida
Vês, pois sou inimigo de mim
São horas iminente de perdida
De pesares, de sobras do meu fim.

(Cléber Seagal)

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