É rumado o ponteiro de opaco relógio, o silencio dos quartos na casa amontoam mais horas, coberta fria que tenta requentar esta mórbida obra, este terço de século acabado serás ainda coisa morta.
E lá fora o inacabado gelo dos viventes estende-se a uma fossa, de defeitos e sentenças, assolam a mim, que procura tanta razão nos seres, tanto crer e demente me sinto causticado, tolas horas minhas de reflexão dormente.
O passo diminuto de olhares ao chão, eu admiro os guarda-chuvas abertos em contraste das almas fechadas, improprio é todo o tormento, dos que passam e olham fingidores do bem; não os comovem as dores, das saudosas felicidades uma vez provadas.
Minhas unhas que crescidas machucam-me a apertar este zelo de lençol cor de carne, atolam-me numa rede, e sinto ainda um descompromisso contente com meus hábitos, solidez aflorando-me longe e de mim mais um dia ausente.
As aranhas a fiar nas paredes casas tocadeiras, os grilos lá de fora chamam parceiras, a luz ilumina a escuridão do meu lado, e as goteiras procuram resguardo no meu quarto, crendo-me noutro lugar de passado memorável, onde as preocupações não me metiam em bugalhos.
No relógio de segundos e minutos mais falhos de minha vida, inospito mal olhado, eu admiro o compasso finito das vindas, de todas as vidas que nos passa a arremessados, rápido num piscar, numa alcova diminuta minha, consome todos os meus pecados.
(Cléber Seagal)
Obrigada por visitar me blog!
ResponderExcluirNossa, você escreve muito bem! Estou até emocionada com as suas ideias, pensamentos e perspectiva de vida. Adorei seus textos, seu blog... Sério! Voltarei aqui sempre, viu?
Seguindo de volta! Abraços,
BiaBloom
http://invernodasflores.blogspot.com
obg pela add minha linda, acreito que minhas ideias formam com as suas e vice e versa, tambem ja to te seguindo... xeruuu!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir