Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Triste Setembro

Liguei o passado dela das fotos aos olhos que agora notava no presente, e nela me vi apaixonado, tão entregue e intimo que já me embriagara por vezes dela, e choro.

O mestre Pessoa que o diga, contudo, não o culpo, culpo a mim mesmo, pois queria permear das incertezas heterogêneas que vagueiam do comum humano de ser, sim, de muitos dentro de si, sem ter que por si só morrer de amor por uma única mulher.

Contudo, é do penar sóbrio que eu vejo infinda meu proceder; do perto que poderia estar ao lado, do estar sem pensar, e ver sem se conter e não o dizer, e pago tudo com esta desilusão do querer a quem se bem querer. 

Eu deveria saber que me apaixono todos os dias; de tudo que está em volta dela, e por vários dias me encanto com a pedra no canto tão sozinha como eu, do coração na árvore que estava escrito: meu, e nada mais seria sem tanto a bem dizer, mas que se implore.

A vi passar entre o tempo, de desconcerto e sentimento, nada que se entregue de alvoroço feito lua ao entardecer, mas a quero além do contento, e meu ver é notório de sentir, minto quando digo que não sofri ao vê-la noutro enamorar, embora disto seja o meu viver; de sofrer de dia feito sol diurno a quarar.

É retrato tardio de inverno, triste frio, vago vazio, e dos incertos permeia a tristeza, quando da janela ao molhar nos olhos aprazíveis que visto, e a chuva é prematura lagrimada, sôfrego ceder; és meu colírio, marcando tempestades pra te viver.

(Cléber Seagal, 18/09/2009)

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