Ontem eu fui a noite, o descarrego da penumbra
Todos os sinos que a igreja ostenta,
Retino triste e dolente, o chamado a senda
No esfriar do consolo d’àr, fiz-me chuva
Desdita, falei aos ventos temporais de mim
Que grande emoção morou em fim
Choro no papel; toda ela é rabiscada
Oh medo que me és temporada,
Das sugestivas que me fazem frio
Gélido é meu coração que não te foi feliz
Fundo poço, azar do aprendiz
Faço-me dono desta reima que crio
Solitude, nem isso é verdadeiro
Pesa-me a porta deste réquiem pesadelo
Faz assim, embriaga-me a solidão!
Destes Becos meu caminho é porão,
Isolado fui de tudo que mais anseio
Meu consolo, meu postigo; teu seio
Próprio deu-me todo sentido
Pois à porta da rua passarei, serei presídio
Solilóquio; doido grito e respiro de penar
Quem entra a porta vai à janela para chorar
Retalho do que creio ser do tanto
Meu mundo teu mundo, engano?
Aprontarei esteira, tomarei do sereno
Quem Apiedará de mim primeiro
Imagens tão tuas dolo dano
Sozinho à rua com este madeiro.
(Cléber Seagal)
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