Ola!

"A felicidade não passa de um sonho, e a dor é real... Há oitenta anos que o sinto. Quanto a isso, não posso fazer outra coisa senão me resignar, e dizer que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas e os homens para serem devorados pelo pesar."(Schopenhauer)

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Sobre a Margem da Noite



Eu no meu canto suspiro o que se foi,
Às vezes me falta um ar, parece pesar Este sentimento,
Uma clausura é o horizonte visto daqui de dentro,
Sempre me aperceber de ser o outro, o mesmo.

Agora o astro luminoso se foi, e no campo vivem as lendas,
Ouço bem as lamurias da noite, e os cegos preceitos do obscurecimento...
A noite não me conhece, apenas acompanha minhas cogitações,
Ate que perceba na frigidez dos seus ares o nada profundo das maquinações...

Trazendo medo aqui, a noite não tem ninguém, 
Arquétipos humanos no meu réquiem, 
Há um lastro de decadência, sob a sobra dúbia deste frio, 
Me sinto numa presumível inocência de Abril,   
             
Os outeiros  solavancam ao vento, 
Um sabor recôndito destes tempos,
Entre o balançar sobrevivem as cidades, 
Minha ignorância pairou sobre as nuvens postergadas,
Sem lua hoje, sem escadas.                            

Meu amor me chama a cama,
Mas mais me chama entre olhá-la sobre o escuro,
Espero um momento nesta noite fatigada, em que todos deitam, 
E então eu me esperto nulo, tomado de absintos no nada.
                                    
Sem dores, sem horas, sem sono,  sou plaga de observador alheio,
Quem dera não ter casas, doidivanas crias não ser...
Não ter limites entre o ser humano e a espera da alvorada,
Pois que eu não me perca nesses trechos até uma lua nova liberada;
Postergo e digo que até então me faz falta, mesmo travestida de medo.

(Cléber Seagal)

Nenhum comentário:

Postar um comentário