Olho para o passado, uma pagina relida,
Mas sem novos aprendizados, sem as caricias mais atribuídas,
Deixo estar minha alma no tempo,
Sinto abraços e com eles o calor inebriado,
A porteira balança ao vento,
E não existem mais espaços entre meus dedos,
Foram cheiros da casa da vó,
E a menina que passa solta um sorriso,
Mãos acariciam minha cabeça, meus aconchegos maternos,
Um resquício de luz, enquanto meus olhos entre abertos
sobrepõem sinestesias diversas.
Para onde olharei se a única coisa certa que me tive foi
o passado,
Onde me prendia a segurança dos demais, meu castelo de
areia armado,
Agora sinto também que a foto me deixou naquele mundo,
Naquele singelo pedaço de desejo,
Onde me foi tudo e agora doce ilusão testemunhada,
Saboreio meus ensejos, uma palavra tão peregrinada.
(Cléber Seagal)
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